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A ascensão da carreira de Sydney Sweeney e a concepção de rótulos em Hollywood


(Foto: reprodução/David Livingston/Getty Images)

Que a indústria cinematográfica de Hollywood escolhe a dedo atores e atrizes que vão fazer sucesso e ditam novas sensações todos os anos a gente já sabe. Seja por produções envolvendo polêmicas em seus bastidores, até um elenco repleto de super estrelas, todos que seguem a carreira almejam este nível de reconhecimento e fama.

Hoje, falaremos de uma personalidade que vem cativando as telas do cinema e dos streamings – a atriz Sydney Sweeney. Com apenas 26 anos, Sydney já apresenta em seu currículo séries e filmes de grande peso crítico.


O começo da carreira de Sydney

Nascida e criada em Spokane, Washington, a jovem começou a se interessar pela carreira artística após ter curiosidade em fazer um teste para um filme independente que estava sendo gravado em sua cidade natal. Foi então que ela decidiu encarar os pais, que não tinham nenhum conhecimento na área, e os apresentou um slide baseado num plano de negócios (caso sua carreira desse certo). A partir daí, Sweeney iniciou uma saga de audições. Antes de suas aparições mais marcantes, a atriz obteve pontas em shows como: “Pretty Litte Liars”, “Grey’s Anatomy” e “Criminal Minds”.

(Foto: reprodução/Pinterest)

Entretanto, foi nas séries “Everything Sucks” e “Sharp Objects”, que a loira chamou atenção. Em “Everything Sucks”, produzido pela Netflix, Sydney deu a vida à Emaline Addario – uma garota popular e rebelde. Já em “Sharp Objects”, minissérie da HBO, ela mostra seu dom para o drama, interpretando uma colega de quarto da protagonista (Amy Adams),  que se encontra internada em uma clínica psiquiátrica.


Euphoria – entre cenas marcantes e debates sobre hiper sexualização

(Foto: reprodução/Pinterest)

Para a aclamada e polêmica série “Euphoria”, Sydney retrata a história de Cassie Howard. Cassie é jovem extremamente complexa e repleta de camadas. Atrelada a traumas causados pela ausência do pai e a busca constante de validação masculina faz com que a personagem tome decisões confusas e errôneas, mas que deveriam ser reparadas com a ajuda certa.

Em sua segunda temporada, é possível ver uma performance potente de Sydney em suas cenas de drama. Desde seu monólogo que viralizou nas redes com frases como: “I’ve never ever been happier”/”Eu nunca estive tão feliz”, para episódios repletos de sofrimento e, não podemos esquecer, bastante gritaria. Todo este árduo trabalho fez com que a jovem conquistasse sua primeira indicação ao Emmy Awards em 2022.

No entanto, para além de sua performance, o papel de Sydney em “Euphoria” levantou uma grande questão – a hiper sexualização de seu corpo. Ao longo da série, nós vemos o desenrolar da vida amorosa de Cassie, o que acaba resultando em takes de nudez da atriz para algumas cenas. Argumento que não é mantido para outros personagens como o de Zendaya ou Alexia Demie.

Em entrevista para veículos internacionais, a atriz desabafou que não são as cenas que a deixam insegura, mas sim a repercussão do público e como isto reflete, não só em sua vida, mas das pessoas que a rodeiam. “Quando um tipo aparece numa cena de sexo ou mostra o corpo, ele é elogiado ou ganha prémios à mesma. Mas quando é uma mulher a fazê-lo, o cenário é completamente diferente. Tenho muito orgulho no trabalho que fiz em ‘Euphoria’. Acho que fiz uma ótima performance, mas ninguém fala disso pelo simples motivo que me despi.” Desta forma, Sydney tem recebido pela mídia o título que chamamos de “bombshell” – termo que em Hollywood é utilizado para descrever ícones sexuais femininos.


O conceito de bombshell e outros exemplos de atrizes que foram designadas por esse rótulo

Presente no vocabulário popular desde a década de 40, a indústria cinematográfica também já designou atrizes como Marilyn Monroe, Charlize Theron, Megan Fox Margot Robbie com o tal título. No entanto, muitas das mesmas já relataram não se sentirem nada confortáveis com a denominação.

Margot Robbie, nossa grande protagonista de “Barbie” (2023) por exemplo, conseguiu afastar-se desta narrativa após sua performance no filme “I, Tonya” – da qual a proporcionou uma indicação no Oscar. A obra baseada na história real da patinadora estadunidense Tonya Harding fez com que a atriz conseguisse criar uma habilidade maior de controle de seus papéis. Aos olhos dos especialistas, Robbie  teve que “ficar feia” para ser levada a sério.

A verdade é que toda esta questão envolve uma problemática profunda que Hollywood já apresenta há muitos anos e que, uma vez ou outra acaba retornando como pauta de discussão. A propagação de estereótipos são uma prova de que as atrizes são trabalhadas para estarem sempre provando sua versatilidade e sendo obrigadas a mudar seja elementos de sua aparência ou estilo, atrelada ao medo de cair no anonimato ou na mesmice (coisa que, diga-se de passagem, não acontece na mesma proporção para os homens). Ademais, as redes sociais ainda fazem um papel muito arrebatador no quesito críticas e comentários depreciativos acerca de algo que não os agradam.


E como Sydney se encaixa nisso e sua estratégia de carreira

Voltando para a jovem, Sweeney apresenta uma dualidade de posicionamentos a serem levados em consideração. Para além de suas declarações sinceras sobre como se sente como atriz hoje em dia, ela também consegue reverter a situação a seu favor (de maneira cautelosa). Isto sem contar algumas polêmicas envolvendo o seu nome sobre questões políticas e fofocas de bastidores de produções e a forma com que ela escolhe se posicionar diante disto.

O ponto é: não é que Sydney não se incomode com o fato de as pessoas constantemente falarem apenas sobre o seu corpo – o que é um direito dela, obviamente. Entretanto o fato dela, no fundo, não se incomodar com o título de “bombshell” e fazer papéis com que a sua beleza seja motivo de destaque, também consegue ser motivo de críticas entre os internautas. Em entrevistas, Sweeney já chegou a agradecer elogios, recebeu comentários em tons de brincadeira e já relatou não se sentir incomodada em fazer cenas mais expostas, afinal de contas, é seu trabalho. Da mesma forma, ela também almeja ser reconhecida integralmente pelo seu dom da atuação.

(Foto: reprodução/Pinterest)

Atualmente, Sydney está fazendo todos saírem da sala do cinema pulando e dançando ao som de “Unwritten” – trilha sonora de sua comédia romântica com Glenn Powell e também está participando da divulgação do filme “Madame Teia”, na qual interpreta a personagem Julia Carpenter. Atrás das telas, a atriz também possui sua própria produtora intitulada Fifty-Fifty Films, lançada em 2020.

Em conclusão, com ou sem rótulos, mudança de planejamento de carreira ou não, é inegável que Sydney Sweeney ainda tem um futuro promissor em Hollywood e, com certeza, será um rostinho presente em muitos filmes e séries nos próximos anos.


Referências para este texto: https://vm.tiktok.com/ZMM1P2QLJ/


Escrito por: Letícia Guedes

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