O cinema é um dos maiores meios de entretenimento e possui um grande poder de comunicação com o seu público. Todos os elementos de um filme são pensados e construídos para gerar sensações no telespectador, seja alegria, tristeza ou raiva. Um filme pode nos transportar para outras realidades e criar conexões com histórias e personagens. Por isso, produções cinematográficas que carregam críticas sociais podem servir de auxílio na conscientização do público sobre os mais diversos temas, incluindo questões ambientais de forma a estimular mudanças de comportamentos.
Em um cenário futurístico, Wall-E, filme de animação americano de 2008 produzido pela Pixar, conta a história de um Robô chamado Wall-E, que em um mundo pós apocalíptico, é responsável por limpar o lixo no planeta deixado pelos indivíduos. A obra dirigida por Andrew Stanton foi aclamada pela crítica, garantindo prêmios como o Oscar de Melhor Filme de Animação em 2009.
Pôster promocional de "Wall-E" (Foto: Reprodução/Internet/Disney)
O filme se passa no ano de 2805, e já não há mais vida na terra, o planeta foi tomado pelo lixo. Nas primeiras cenas, as imagens cinzentas demonstram ar poluído, lixões a céu aberto e lagos destruídos, destacando o conceito de poluição. A ficção traz à tona as graves consequências de uma realidade onde há um consumo excessivo dos seres humanos ligado às novas tecnologias, que ampliam as possibilidades e influenciam cada vez mais nas compras. Dessa forma, a poluição é um efeito das ações humanas realizadas no presente que afetam o futuro.
Durante a animação, o robô na tentativa de limpar todo o planeta, separa e guarda alguns objetos do lixo na sua casa. O que traz em destaque o tema da reciclagem, que é o processo de reaproveitamento de materiais descartados, a fim de reduzir a produção de lixo. Queimar os entulhos, apesar de ser uma forma mais rápida, não é a melhor opção para resolver o problema. A queima dos lixos libera produtos tóxicos na atmosfera, representando uma ameaça à vida na terra. Portanto, a reciclagem é um caminho para evitar a poluição dos ecossistemas e diminuir os impactos ambientais. Assim, o longa serve de alerta para a conscientização sobre a importância da sustentabilidade e as severas consequências das poluições causadas pelo homem.
Wall-E também carrega uma temática humanística e discussões sobre os perigos da tecnologia, em seu uso excessivo. Ao longo do fime, Wall-E consegue criar no telespectador um tipo de empatia. Exemplos disso são as cenas em que ele descobre objetos humanos, a forma com que ele é curioso e interessado pelo novo e até sua conexão com a personagem Eva, uma robô enviada para identificar sinais de habitabilidade no planeta. Enquanto isso, os humanos retratados no filme se apresentam completamente alienados pelas tecnologias e apáticos ao mundo real.
Por fim, o longa desenvolve camadas muito profundas para os mais variados telespectadores. A temática da sustentabilidade se torna muito importante especialmente para o público infantil de forma que tenham consciência desde cedo sobre a importância da preservação do planeta e aprendam práticas sustentáveis como reciclagem e reaproveitamento. Além disso, traz reflexões sobre a ligação entre tecnologia e o ser humano. Definitivamente, um filme indispensável para amantes de cinema e interessados sobre temáticas ambientais. Veja a seguir o trailer da animação:
"Wall-E" foi lançado em 27 de junho de 2008 (Vídeo: Reprodução/Youtube)
Escrito por: Letícia Guedes e Maria Eduarda Ribeiro
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