Acompanhe em primeira não essa casinha adocicada repleta de disquetes, jujubas e marshmallows para quem curte o universo literário nacional
Jornalista Bianca Jung é autora de “O Veneno na Montanha”. (Foto: Reprodução/Instagram @bibilendo)
Primeiro de tudo: não é Bianca Jung, é Bianca “Iúng”! Mas fiquem tranquilas, Juliegirls, a gente também achava que “Jung” era a pronúncia correta do sobrenome alemão, hahaha. E agora que você já sabe, sejam bem-vindas a entrevista da animada e destemida Bianca Jung (mas que se pronuncia “Iúng”)! Bianca é jornalista de formação, e por conta disso, se ela pudesse escolher uma personagem feminina com quem trabalhar por uma semana, seria a Nancy Wheeler, de "Stranger Things". Bia a caracteriza como “inspiradora”, uma jornalista que deseja escrever, que nem ela, e que corre atrás dos seus sonhos ansiando mudar o mundo — além, é claro, da nossa autora do dia ser muito fã da série.
“As pessoas perto de mim costumam achar que essa Bianca Jung que elas conhecem [e chamam de ‘Jung’ ao invés de ‘Iúng’] é uma pessoa muito focada, muito corajosa, uma pessoa que corre atrás do que quer, que tem sucesso, que é confiante… E sempre que eu escuto isso, de seguidores, de amigos que falam que eu inspiro elas por causa disso, eu fico ‘que bom que eu inspiro vocês e que bom que eu consigo passar essa imagem’, mas, no fundo, isso não é nem 10% de quem eu realmente sou. Porque a Bianca Jung tem muitos sonhos, é muito sensível, muito carinhosa e por vezes deixa essa rotina e essa ansiedade [da rotina, da escrita] a consumir”, comentou Bianca, aproveitando para acrescentar que, quando se sente consumida, tenta se apegar as coisas positivas que seus conhecidos queridos dirigem a ela para se manter bem. Uma fofa, não?!
Bianca tem a energia de uma mulher sonhadora. Ela exala aquele apreço pela magia da fantasia, da infância, ao passo em que esse seu lado mescla com a ideia do conforto existente da vida adulta. Ela passa a ideia de “casa” e aconchego tanto para as pessoas com as quais se comunica, quanto para os seus leitores — mesmo que escritores sejam conhecidos por nos fazer sofrer. E, afinal, a gente ama que eles façam isso — bem lá no fundo —, não é?
Falando sobre escrita, a libriana de 28 anos começou a escrever de verdade a partir de 2018, mesmo que a vontade estivesse ali desde criança, desde a pré adolescência. “Eu ficava com vontade de trazer as histórias ao mundo” confessou Bia. Um dos fatores mais divertidos sobre a sua trajetória, é que a jornalista sentia tanta falta da escrita criativa e liberal na faculdade, que durante seu curso “pentelhou” os professores para que pudesse realizar a matéria de “escritora criativa”, extremamente concorrida por ser exclusiva, na época, do curso de Cinema. O Jornalismo, que se aproximava mais do que ela realmente queria — que era escrever — era uma forma dela contar histórias, mesmo que não fossem as suas. “Na faculdade, eu entrava numa disputa com os professores. O jornalismo é muito sobre a realidade, a história real. E o que é verdade? O que é real? Eu ficava sentindo essa falta de escrever o mais fictício que eu pudesse, contar histórias da minha mente”, contou a autora.
“O Veneno na Montanha”, o primeiro livro de Bianca Jung, traz a protagonista Kalina Kaster em uma aventura fantástica repleta de obstáculos que desafiam a sua coragem. Publicada pela editora Qualis, as resenhas sobre a história dizem que é “uma fantasia bem construída, envolvente e gostosa de ler” e “uma história inovadora, bem escrita, bem diferente e interessante”, além de trazer críticas sociais como alienação populacional, por exemplo. Foi publicado em julho de 2022, na Bienal de São Paulo, e é o primeiro de uma trilogia. Atualmente, sabemos em exclusiva que a capa de “O Chamado do Abismo”, sua sequência, não será verde como seu antecessor e que em breve, teremos entre nós um romance sáfico com uma mistura de “Romeu e Julieta” e “Chapeuzinho Vermelho”. Mais alguém está ansiosa por aí ou só a gente por aqui?
“O Veneno na Montanha”, de Bianca Jung, traz representatividade e brilho por meio de fantasia de alta qualidade. (Foto: Reprodução/Instagram @bibilendo)
E por falar em romance, Bianca foi questionada sobre relacionamentos durante a entrevista. Vivendo 100% da escrita e com apoio de seu noivo, a autora nos revelou que além de um apoio emocional e companheirismo, foi durante seu relacionamento que se reconheceu como bisexual. A partir dai, a necessidade de escrever para pessoas como ela se intensificou, e claro, com apoio de seu noivo — e segundo a autora, mesmo que em poucas palavras, já nos parece um grande querido! A Julietta, que ama casamentos e relacionamentos do bem, deseja tudo de melhor para essa etapa na vida do casal. Que, pasmem ou não, já estão juntos há oito anos!
“Escrever é muito mais lapidar uma pedra bruta até ela virar uma jóia. […] Aprendi que a primeira versão [da sua história] precisa ser escrita, para você melhorar ela numa segunda, numa terceira, numa quarta. Então, a primeira versão é uma versão que apenas você vai conhecer. Ninguém precisa ler ela. Apenas você. Então, quando estiver escrevendo, mesmo que você não saiba o que está fazendo, escreve e coloca no papel. Porque depois, quando você estiver visualizando ele no papel, você vai entender que aqui falta isso, ali falta aquilo. Precisamos entender que a primeira versão não é a versão final. É o início, do início, do início da lapidação”, aconselhou a autora sobre o processo de escrita. A Síndrome do Impostor, por exemplo, é comum em quase todos, se não todos os escritores. Caracterizada pela tendência a autossabotagem, é um forte aspecto responsável por impedir que escritores deem continuidade ao seu trabalho. No caso de identificação, a Julietta aconselha a busca por uma terapia! Terapia salva vidas — literalmente.
“Para o mercado, é bom que você escreva a primeira versão em até seis meses, para tentar publicar um livro por ano”, contou Bianca, que atualmente é uma das escritoras sob a consultoria literária da Increasy. Um dos planos para os próximos anos como autora, inclusive, é alçar voos em editoras maiores. E, quem sabe, sua próxima fantasia sombria pode ganhar vida por uma nova casa de livros, não? De qualquer forma, estaremos aqui ansiosas para acompanhar tudo de pertinho que essa criadora de conteúdo tem para nos apresentar! E, é claro, se você gostou de conhecer mais da Bianca por aqui, talvez queira saber que um dos quadros bombásticos de seu perfil atualmente se chama “Escreva como…”, e que em todo novo vídeo, ela traz dicas que escritores famosos usaram e continuam usando para escreverem seus maiores sucessos. A sequência de vídeos acrescenta tanto na vida do escritores de plantão que precisam encontrar seu melhor jeito de trabalhar quanto para os leitores fãs, curiosos e que desejam conhecer mais de quem deu a vida aos seus personagens prediletos!
Jornalista Bianca Jung é autora de “O Veneno na Montanha”. (Foto: Reprodução/Instagram @bibilendo)
Se você chegou até aqui, saiba que o perfil de Bianca Jung é uma casinha aconchegante de outono, com bolinhos, chás e muito amor. A criadora de conteúdo dança com a escritora uma melodia tocada pela pessoa por trás do perfil, que vai te encantar e te deixar feliz de rolar o feed para baixo. Seja pelos tons quentes, os elementos visuais ou os vídeos repletos de conteúdo, Bianca Jung é nossa nova queridinha e uma das apostas da Julietta para o estrelato literário em 2024!
Escrita por: Ana Clara Reis
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