Para a sexta do cinema desta semana, a Julietta traz um longa que já ganhou um espaço privilegiado na história de Hollywood. O filme La La Land: Cantando Estações é um musical estrelado por Emma Stone e Ryan Gosling, que reafirmaram sua terceira parceria (de milhões, diga-se de passagem) no cinema. A história segue a trajetória de duas pessoas opostas, mas que acabam se conectando por meio de seus objetivos.
Sebastian (Ryan) é um pianista frustrado que almeja um dia abrir um restaurante focado em música de jazz. Já Mia (Emma), é uma barista em um café local que aspira a ser uma grande atriz. Após uma série de encontros nada convencionais, o casal acaba deixando-se levar pela química e entram numa jornada de altos e baixos. Por mais que o final não seja perfeito como muitos esperam, para além de uma história de amor, o longa carrega uma reflexão sobre sonhos, esperança e vida real.
La La Land é uma obra para lá de encantadora para os amantes de cinema, principalmente aqueles que apreciam uma boa riqueza de detalhes em seus cenários. Com isso, a matéria de hoje percorrerá sobre os bastidores, curiosidades do processo criativo do longa que conquistou o coração de tanta gente.
(Vídeo:Reprodução/YouTube)
A utilização das cores no filme
A cinematografia de La La Land é algo que impressiona os olhos de quem assiste. Em entrevista sobre os bastidores, os produtores relatam que a ideia de Damien Chazelle, diretor do filme, era que as cores transmitissem a mensagem e os sentimentos dos personagens. Para esta técnica, o audiovisual apresenta o que chamamos de psicologia das cores – no qual cada tom influencia e cria diferentes reações e sensações.
No caso desta obra, os tons ajudam a entender em qual momento da vida estão os personagens e suas nuances. Por exemplo, no primeiro número musical intitulado “Another Day of Sun”, os dançarinos abusam de cores cheias de vida como azul, vermelho e amarelo para representar todo o glamour da fama e ascensão em Hollywood. No entanto, nosso casal principal, estão usando roupas nas cores branca e marrom – tons mais neutros – como uma forma de mostrar que eles ainda não estão integralmente inseridos naquele contexto de reconhecimento profissional.
(Foto: reprodução/designculture)
De acordo com o desenrolar do enredo, as cores vão renascendo e construindo novos significados para cada passo de ambos. Mia, que é apresentada como uma jovem sonhadora e determinada, também transparece ingenuidade e insegurança à medida que ela acaba tendo suas expectativas quebradas a cada não que recebe. Suas cores predominantes estão entre o verde, vermelho, azul e amarelo, sendo utilizadas não só em suas vestimentas, mas em objetos, acessórios etc. Por outro lado, Sebastian é revestido por cores frias e singelas, que caracteriza toda a melancolia do personagem. No começo, ele se vê completamente infeliz numa banda que não tem nenhuma relação com a sua paixão sonora (o jazz) e este descontentamento é carregado por frames com iluminações mais baixas.
Vale ressaltar também as mudanças de tons de acordo com os estágios do relacionamento dos protagonistas. No verão, por exemplo, que é quando vemos de fato o romance de Mia e Sebastian, há uma predominância de cores alegres como: amarelo, laranja e verde. Já no outono, momento do filme em que intrigas do casal começam a surgir, as cores passam a ser mais fechadas e “sombrias”. Tons de vermelho escuro e azul marcante são bastante utilizados.
(Foto: reprodução/designculture)
Por fim, temos que falar do roxo – cor predominante na capa do filme e muito presente de maneira singela ao longo dele como um todo. O tom neste caso está conectado com a fantasia e, principalmente, com o sentimento de nostalgia. A verdade é que La La Land é uma história que brinca perfeitamente com a mesclagem do universo das expectativas, dos famosos “e se...” com a realidade – seja ela negativa ou positiva.
O sucesso estrondoso "La La Land"
Basicamente, La la land é um grandioso saudosismo à toda a história do cinema. Desde movimentos de câmera, como por exemplo o plano sequência de abertura em respeito ao ensaio musical “Another day of sun”, ou até mesmo o próprio jazz que ecoa fortemente em toda trilha sonora, toda a produção cinematográfica esteve destinada à resgatar a essência da arte!
Seu sucesso foi consolidado pelos seis Oscars vencidos, e uma bilheteria de 340 milhões mundialmente. Em uma perfeita sintonia entre o cast, a tecnologia e o diretor, La la land é facilmente uma obra que marcou a linha do tempo da cinematografia. Técnicas como a do “chicote”, por exemplo, em se que consiste um rápido jogo de câmeras, alternando telas em uma dinâmica veloz, firmam a sua autenticidade.
“Eu fui, eu tava”. Para quem assistiu o longa na sala de cinema, entende o que estou dizendo! O final, totalmente contrário à toda a energia do filme, traz consigo uma mensagem que absolutamente ninguém esperava, mas de uma verdade inegável. Todos os elementos que o compõem nos levam a certeza de que reconquistar o passado e trazê-lo remodelado para o presente é uma dádiva que o mundo do entretenimento conquista.
Escrito por: Letícia Guedes e Stéphanie Mendes
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