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Foto do escritorJulietta

O que “Uma Dose Diária de Sol” e “Bem-vindos à Livraria Hyunam-dong” têm em comum?

Se você gostou de um, com certeza vai amar o outro


Não é novidade que as produções asiáticas, em especial as sul-coreanas, têm, cada vez mais, se consolidado no mercado. O que antes parecia ser uma onda de dramas televisivos, se expandiu e finalmente chegou até a literatura. É cada vez mais comum que as pessoas procurem por livros recomendados por seus ídolos, e com os fãs da cultura coreana e seus segmentos não seria diferente. “Amêndoas”, de Won-pyung Sohn, virou febre depois de Suga e RM, ambos integrantes do boygroup BTS, aparecerem lendo. Você pode conferir nossa resenha de “Amêndoas” aqui: "Amêndoas" de Won-pyung Sohn (magazinejulietta.wixsite.com)

Uma Dose Diária de Sol” é uma produção original Netflix que estreou em novembro de 2023. Park Bo-young (“Mulher forte, Do Bong-soon”, “O Abismo Mágico”, “Desgraça ao Seu Dispor”) assume o papel da gentil e sorridente Jung Da-eun, uma enfermeira na casa dos trinta anos que foi transferida para trabalhar na ala psiquiátrica do Hospital Universitário Myungshin. O drama abre espaço para que as pessoas conheçam um pouco mais da realidade dos pacientes e dos funcionários que os atendem. Baseado no webtoon de mesmo nome coreano, escrito por uma ex-enfermeira, Lee Ra-ha, parte da abordagem utilizada para prender o público é mostrar o quanto as relações interpessoais influenciam no nosso desenvolvimento pessoal; e fazer com que tudo que as personagens aprendessem no trabalho com os pacientes fosse aplicado na sua própria vida.


(Foto: reprodução/Pinterest)


Já Hwang Bo-Reum reafirma em “Bem-vindos à Livraria Hyunam-dong” que escrever personagens cada vez mais realistas e investir nas relações sociais delas é o que está na moda. Apesar de ter sido lançado em agosto, foi em setembro de 2023, na Bienal Rio, que ele estourou. A engenheira conta a história de Yeongju, que apesar de intrigar os leitores com seu passado misterioso, os cativa por assumir seus erros, acertos e busca desesperadamente a paz dentro de si, que apenas ela mesma pode se proporcionar. 


(Foto: reprodução/Pinterest)


Mas o que esses dois têm em comum? Compostas por jornadas de auto perdão, recomeços e a criação gradativa de uma rede de apoio sincera, ambas as propostas nos mostram como é importante cultivar boas relações e como devemos ser gentis e empáticos com aqueles que estão ao nosso redor. Acolher é muito mais do que um simples conselho: é parar para ouvir, respeitar o tempo da outra pessoa e enxergá-la, acima de tudo. Enxergar, que vai além de observar e tirar conclusões precipitadas, é buscar entender a necessidade do outro naquele momento; é mais do que chegar a conclusões de que é por isso ou aquilo, e sim se esforçar para compreender o porquê. Da-eun e Yeongju podem ter histórias diferentes, mas essas histórias as levaram até um lugar parecido: as levaram até o local em que seria aquele lugar, aquele de descanso e repouso — da alma, da mente. O Hospital Universitário Myungshin e a Livraria Hyunam-dong não poderiam divergir mais, mas ainda assim, se tornou um local seguro para curar as feridas emocionais de personagens perfeitamente imperfeitos.

É isso que torna as duas histórias tão especiais. Minjun, o barista da Livraria Hyunam-dong, em certa parte do livro diz que “Uma vida de sucesso é uma vida rodeada de pessoas boas. Posso não ter sido bem sucedido de acordo com a sociedade, mas, graças a essas pessoas, todo dia é um dia de sucesso”. Já a protagonista de “Uma Dose Diária de Sol”, diz em uma das cenas finais que “[eu] já estive na fronteira entre a depressão e a não depressão. Até encontrar alguém que me visita antes da depressão chegar”. Uma livreira que luta contra a ansiedade, uma enfermeira que luta contra a depressão. Hwang Bo-Reum diz nas notas finais de seu livro que a Livraria Hyunam-dong é onde os momentos em que chegamos após fazer o nosso melhor se encontram. Ra-ha com certeza utilizou de uma narrativa parecida. Bo-Reum está torcendo pelas pessoas que estão passando o dia nesse lugar, e as personagens que transparecem identificação com o mundo real, também estão.


(Foto: reprodução/Pinterest)


Escrito por: Ana Clara Reis e Isabella Lugon

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