No dia 8 de Março é celebrado o dia internacional das mulheres. Por isso, as Juliettas selecionaram algumas diretoras de cinema para que vocês conheçam os trabalhos e continuem acompanhando. É muito importante dar o devido valor às mulheres no audiovisual, pois até os dias de hoje, a indústria cinematográfica é dominada por homens. Com isso, pouco se discute sobre o pequeno número de mulheres que exercem cargos de liderança dentro das grandes produções, a direção é o grande exemplo.
Além disso, existe uma forte invisibilidade das diretoras que não costumam repercutir da mesma forma de quando o filme é dirigido por um homem. O fato de Greta Gerwig ter dirigido Barbie sozinha trouxe um objeto de pesquisa sobre o quanto as pessoas desconhecem filmes dirigidos por mulheres. No entanto, quando se trata de nomes como Martin Scorsese, Christopher Nolan, Quentin Tarantino, Tim Burton e Steven Spielberg, pelo menos um deles é de conhecimento popular.
(Foto: reprodução/auditoriobotucatu.com)
A 96ª cerimônia do Oscar acontecerá no próximo domingo (10) e dos dez longas indicados na categoria principal de "Melhor Filme", três foram dirigidos por mulheres, sendo eles: “Anatomia de Uma Queda” por Justine Triet, “Barbie” por Greta Gerwig e “Past Lives” por Celine Song. Destas selecionadas, apenas Justine foi indicada a Melhor Direção e se tornou a nona mulher a concorrer nesta categoria. Embora seja uma premiação com uma longa história apenas três mulheres ganharam o prêmio, sendo elas Kathryn Bigelow, por “Guerra ao Terror”, Chloé Zhao, por “Nomadland” e Jane Campion, por “Ataque dos Cães”. Agora aqui vai uma lista de diretoras para vocês conhecerem melhor:
Das citadas por aqui, Celine Song é uma caloura do cinema, uma vez que “Past Lives”, por incrível que pareça, foi seu primeiro longa-metragem. A obra foi tão bem recebida, que muitas pessoas já anseiam pela próxima obra de Celine. Para seguir toda experiência cinematográfica de sala de cinema e pipoca, o longa ainda se encontra disponível em diversos cinemas locais. “Past Lives” é um filme sensível que aborda a conexão dos amigos de infância Nora (Greta Lee) e Hae Sung (Teo Yoo), eles se separam depois que Nora se muda para outro país. Duas décadas depois, eles se reencontram na cidade de Nova York para uma semana fatídica enquanto confrontam noções de destino, amor e escolhas.
(Foto: reprodução/MUBI)
Apesar de ter uma outra pegada, “Past Lives” traz uma certa lembrança de um outro filme dirigido por mulher, “Lost In Translation (2004)” de Sofia Coppola. Nele, acompanhamos a conexão entre dois estranhos, Bob (Bill Murray) e Charlotte (Scarlett Johansson), ao mesmo tempo que eles navegam pelas complexidades da solidão e da autodescoberta enquanto viajam pelo Japão — cada um com um propósito diferente. Sofia foi indicada a melhor direção com esse filme, mas perdeu e levou para casa apenas estatuetas de Melhor Roteiro Original. Outros filmes dela são: “Priscilla (2023)”, “Maria Antonieta (2006)”, “As Virgens Suicidas (1999)” e “Bling Ring (2013)”.
(Foto: reprodução/Internet)
Céline Sciamma é uma veterana do cinema francês. Em suas produções, é comum terem temas sobre fluidez de gênero e descobertas de sexualidade. “Retrato de Uma Jovem em Chamas (2019)” foi mundialmente reconhecido com um dos melhores filmes do ano. O longa é ambientado na França do século 18, onde a jovem pintora Marienne (Noémie Merlant), foi contratada para pintar o retrato de Héloïse (Adèle Haenel), para que a mãe desta leve o quadro a seu futuro marido na Itália. Entretanto, Héloïse é contrária ao casamento, e não aceita posar para nenhum artista.
Com isso, Marienne se passa por companheira de passeios durante o dia, enquanto de noite pinta o retrato de Heloïse através da memória. No decorrer da história os laços vão se estreitando até construírem um laço emocional. Celine também dirigiu “Water Lilies (2007)”, “Tomboy (2011)” e "Girlhood (2014)”.
(Foto: reprodução/Correio do Povo)
Emma Seligman é uma jovem diretora e roteirista que consegue agradar bem a geração Z. Ela possui dois filmes no seu currículo que já mostram bastante autenticidade e criatividade, onde suas características como diretora já são bem presentes e características. “Shiva Baby (2020)” e “Bottoms (2023)”, conta com protagonistas queers, narrativas atreladas ao gênero de comédia, coming of age (amadurecimento) e histórias cotidianas.
(Foto: reprodução/Daily Bruin)
Ava DuVernay se tornou a primeira mulher negra a ter um longa indicado ao Oscar de Melhor Filme com “Selma (2015)”. Foi baseado nas marchas de Selma Alabama — uma série de manifestações pelos direitos civis da população negra dos Estados Unidos em 1965, o longa metragem retrata a história de Martin Luther King Jr. na luta pelo direito de voto das pessoas negras no país.
Em 2015 foi comemorado o aniversário de 50 anos deste momento histórico no qual, em consequência da marcha e apoio da opinião pública, o presidente Johnson implementou a Lei dos Direitos de Voto em 1965. Ava também dirigiu “Olhos Que Condenam (2019)”, “13ª Emenda (2015)”, “Middle of Nowhere (2012)” e “Queen Sugar (2016)”. E estas foram algumas diretoras incríveis para você conhecer!
(Foto: reprodução/Teen Vogue)
Relembre outras matérias da Julietta que abordaram a trajetória das mulheres no audiovisual:
Escrito por: Ana Vitória Pantoja
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